Ontem conversei com um grupo de mulheres sobre cuidados com o corpo. Falei sobre nosso lixo ter menos embalagens e mais cascas. Falei dos benefícios de comer "comida de verdade". Mas apesar de eu não estar falando sobre obesidade, era isso que eu via nos rostinhos delas. A nossa sociedade enxerga o cuidado com o corpo como uma ação que precisa ser tomada por quem está acima do peso, mas se a pessoa está magra e come salada no almoço, a primeira pergunta que fazem é: "Tá querendo sumir?".
Mas da mesma forma que existe uma pressão pelo emagrecimento e por um ideal de magreza que poucas pessoas conseguem de fato atingir, somos bombardeados o tempo todo por mensagens e propagandas que incentivam o consumo exagerado de alimentação industrializada e fast-foods. E mais: a comida e o ato de comer são tidos como forma de afeto. Quem nunca comeu demais na casa da avó só pra agradar ela. Ou quem nunca deu um chocolate pra alguém por que a pessoa estava triste.
Lembro agora de uma situação que aconteceu quando eu ainda tinha meus 55 quilos e estava começando a namorar André. Ele falou assim: "Dá até gosto de levar Andreia em rodízio. Não é das meninas frescas que não comem nada não. Ela senta e come de verdade.". Achei muito legal ouvir ele falando isso, por que se tem uma coisa que eu adoro em mim é não ser fresquinha (apesar de eu ser fresquinha com várias coisas hahaha). Mas se a gente parar para pensar, comer muito, dar prejuízo no rodízio e não deixar comida no prato mesmo depois de estar satisfeito são ações que geram aprovação social e afeto.
Não estou dizendo que a culpa da minha obesidade é do que André disse, mas essa construção social de que quem come sem frescura é que está fazendo certo pode construir a mentalidade obesa. Se o tempo todo você reforça pra pessoa que o certo é ela comer sem pudores, e se ela se preocupar com a alimentação é a fresquinha fit diferentona que não se mistura com o restante dos pobres mortais, algum impacto há de ter na mente do cidadão, né?
Se pensar emagrece, eu não sei. Mas sei que se deixar levar, sem pensar, nesse discurso falso que você tem que comer de tudo (e que é feito pelas mesmas pessoas que vão apontar pra você quando você engordar, dizendo que você não se cuida), isso sim desregula seu emocional, dá um nó na sua saúde mental, e sim, te engorda também.
Mas da mesma forma que existe uma pressão pelo emagrecimento e por um ideal de magreza que poucas pessoas conseguem de fato atingir, somos bombardeados o tempo todo por mensagens e propagandas que incentivam o consumo exagerado de alimentação industrializada e fast-foods. E mais: a comida e o ato de comer são tidos como forma de afeto. Quem nunca comeu demais na casa da avó só pra agradar ela. Ou quem nunca deu um chocolate pra alguém por que a pessoa estava triste.
Lembro agora de uma situação que aconteceu quando eu ainda tinha meus 55 quilos e estava começando a namorar André. Ele falou assim: "Dá até gosto de levar Andreia em rodízio. Não é das meninas frescas que não comem nada não. Ela senta e come de verdade.". Achei muito legal ouvir ele falando isso, por que se tem uma coisa que eu adoro em mim é não ser fresquinha (apesar de eu ser fresquinha com várias coisas hahaha). Mas se a gente parar para pensar, comer muito, dar prejuízo no rodízio e não deixar comida no prato mesmo depois de estar satisfeito são ações que geram aprovação social e afeto.
Não estou dizendo que a culpa da minha obesidade é do que André disse, mas essa construção social de que quem come sem frescura é que está fazendo certo pode construir a mentalidade obesa. Se o tempo todo você reforça pra pessoa que o certo é ela comer sem pudores, e se ela se preocupar com a alimentação é a fresquinha fit diferentona que não se mistura com o restante dos pobres mortais, algum impacto há de ter na mente do cidadão, né?
Se pensar emagrece, eu não sei. Mas sei que se deixar levar, sem pensar, nesse discurso falso que você tem que comer de tudo (e que é feito pelas mesmas pessoas que vão apontar pra você quando você engordar, dizendo que você não se cuida), isso sim desregula seu emocional, dá um nó na sua saúde mental, e sim, te engorda também.
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